segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Despertar

No dia em que acordei senti frio, tudo estava tão escuro, tão molhado, tão nojento, não tive coragem de acender a luz, senti que a face do mal estava lá, na minha frente, podia até ouvir sua respiração, era como se estivesse dentro do meu coração, sai andando com cuidado para não esbarrar em algo, parecia que o caminho não acabava mais, eu estava num corredor escuro, não agüentei os holofotes, não agüentei aquela luz intensa revelada da maneira mais repentina o possível, só então pude ver o sangue escorrendo sob minhas mãos, não era meu e tinha certeza de não ter matado alguém, era apenas o sangue das paredes do corredor.
A Verdade era mais clara do que nunca, não imaginava estar a vida inteira preso num lugar escuro, dormindo enquanto até mesmo do meu lado o mal atuava, até mesmo no meu cativeiro não havia paz, ou mesmo luz para tornar a dor visível por alguém, agora que podia ver tudo continuei caminhando, dessa vez correndo, o mais rápido que podia, até encontrar uma parede e quebrá-la, depois disso continuei quebrando as paredes, elas eram tão fracas e eu estava tão forte que nada podia me parar, até o momento em que cheguei num campo a céu aberto, haviam corpos jogados por todos os lados, e obviamente muito sangue, eu tinha que atravessar o muro para chegar ao mundo real, corri novamente, não sei porque continuava a sentir tanta dor, não estava ferido fisicamente, mas consegui atravessar o muro.
De repente me encontrei em casa, talvez tudo não passasse de um sonho, mas a minha boca estava com gosto de sangue e meus punhos doíam, acho que agora acordei pra nunca mais dormir.

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