segunda-feira, 2 de março de 2009

Ratos

Pululando nos esgotos, famintos por pesticida da braba, ansiosos pela adrenalina da fuga desenfreada causada pela aparição da ameaça repentina, constantemente em atividade física desregulada em busca de sobrevivência, alimentar, reproduzir, proliferar-se, rotina rotineira dos ratos.
Olhos que espreitam cada movimento de seus semelhantes, batimentos cardíacos acelerados em função da busca por um detalhe existencial que faz parte meramente do extinto, envenenado ou pego por uma ratoeira de ferro com espinhos igualmente terríveis aos de uma cama de pregos, jogados no lixo, nada mais e nada menos que ratos.
Presos em jaulas especiais sob condições confortáveis para serem testados em laboratório, injeções, queimaduras, choques, drogas, tudo para eles certificarem-se da funcionalidade do material, desprovidos de liberdades e condicionados à dor, curta e deploravelmente triste é a vida dos ratos.
Eu, você, todos nós, apenas ratos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário