Vivemos em dias temerosos e talvez nunca possamos nesse plano material viver uma realidade diferente, mas se algum dia o céu obscurecido por anos de degradação voltasse a brilhar com a luz do sol sobrariam traços de poluição sobre as nuvens que algum dia foram cinzentas como o concreto envelhecido de obras não concluídas.
Porque por maiores que fossem as mudanças, sobrariam ainda os buracos dos pregos arrancados da porta com extremo esforço. Por buracos tão profundos entrariam os últimos vestígios de luzes pálidas e distorcidas, iluminando assim os resíduos do sangue mortal que foi limpo das calçadas e das lágrimas que foram enxugadas com pano áspero e cortante.
Embora todos os edifícios reconstruídos de forma bela (tão bela que ultrapassariam as das maravilhas do mundo) pudessem ser freqüentados por todos, os olhares que algum dia foram preconceituosos e maliciosos transmitiriam uma enorme sensação de tristeza profunda e arrependimento compensado com justiça tardia, e nem todos se sentiriam completamente iguais.
Todo o lixo das ruas, já muito fétido e pútrido, seria enviado ao espaço e ainda haveria a lembrança do terrível odor de chorume invadindo casas e perturbando pessoas nem sempre de bem, e toda essa imundície doentia poderia algum dia retornar a existir puramente para incomodar. Pois haveria ainda um proliferador de doenças ambicioso e egoísta que quisesse restabelecer “ordem”.
Mas toodos seriam devidamente alimentados em banquetes realizados em mesas redondas com suportes de ouro e toalhas bordadas com flores e pássaros. As taças cheias nunca se esvaziariam e todos poderiam sempre retornar ao mesmo ponto para beber novamente o mesmo vinho doce e suave, mas ainda assim haveriam pensamentos voltados ao horizonte lembrando-se dos dias em que não havia mesas, toalhas e vinho para todos.
Mas embora sobrasse crucifixos em lugares hediondos, o mundo seria feliz e a paz duradoura, quem sabe eterna.
Porque por maiores que fossem as mudanças, sobrariam ainda os buracos dos pregos arrancados da porta com extremo esforço. Por buracos tão profundos entrariam os últimos vestígios de luzes pálidas e distorcidas, iluminando assim os resíduos do sangue mortal que foi limpo das calçadas e das lágrimas que foram enxugadas com pano áspero e cortante.
Embora todos os edifícios reconstruídos de forma bela (tão bela que ultrapassariam as das maravilhas do mundo) pudessem ser freqüentados por todos, os olhares que algum dia foram preconceituosos e maliciosos transmitiriam uma enorme sensação de tristeza profunda e arrependimento compensado com justiça tardia, e nem todos se sentiriam completamente iguais.
Todo o lixo das ruas, já muito fétido e pútrido, seria enviado ao espaço e ainda haveria a lembrança do terrível odor de chorume invadindo casas e perturbando pessoas nem sempre de bem, e toda essa imundície doentia poderia algum dia retornar a existir puramente para incomodar. Pois haveria ainda um proliferador de doenças ambicioso e egoísta que quisesse restabelecer “ordem”.
Mas toodos seriam devidamente alimentados em banquetes realizados em mesas redondas com suportes de ouro e toalhas bordadas com flores e pássaros. As taças cheias nunca se esvaziariam e todos poderiam sempre retornar ao mesmo ponto para beber novamente o mesmo vinho doce e suave, mas ainda assim haveriam pensamentos voltados ao horizonte lembrando-se dos dias em que não havia mesas, toalhas e vinho para todos.
Mas embora sobrasse crucifixos em lugares hediondos, o mundo seria feliz e a paz duradoura, quem sabe eterna.
o passado sempre perturba.
ResponderExcluire nós não esquecemos nunca dele, simplesmente deixamos de vivenciá-lo, fazendo um monte de coisa ao mesmo tempo.
Gostei do estilo do texto, boas idéias para um futuro, mas como já dito o passado sempre bate a porta, ou não, entra sem pedir licensa, e os sentimentos sempre são os piores possiveis...
ResponderExcluiro futuro poderia ser de paz...
ResponderExcluirotimo texto, adorei!